O Brasil tem tudo para ter uma recuperação que vai surpreender muita gente nos próximos 18 meses e isso significa um crescimento das oportunidades de negócio. Mas como sempre, quem entende isso primeiro terá ganhos maiores. Após a turbulência do impeachment, o Brasil passou por um período, no primeiro ano do governo Temer, de recuperação dos principais indicadores econômicos – queda da inflação, queda da taxa de juros e crescimento do PIB. Tudo isso depois da aprovação de duas reformas muito importantes: teto dos gastos públicos e reforma trabalhista. O restante da agenda de reformas ficou comprometida pelo escândalo da JBL que paralisou o governo. Assim, como no período de indefinição da queda da presidente Dilma, o país está voltado para as próximas eleições que acontecem em outubro.
Vale lembrar que a eleição presidencial tem um impacto infinitamente maior do que as eleições municipais. Via de regra o presidente tem, no começo do seu mandato, a popularidade e os acordos necessários para aprovar reformas mais profundas. É exatamente isso que falta para que o Brasil entre em um ciclo de crescimento, com taxas superiores à 4% ao ano e sem estimular o crédito ao consumo de forma irresponsável, como já aconteceu no passado.
Mesmo que de forma tímida, a indústria demonstra sinais de recuperação e o mesmo acontece com o emprego em diversas regiões do Brasil. É importante frisar que a economia funciona muito na base da expectativa: quando a maior parte dos analistas e a população está otimista, tudo tende a ser melhor. Infelizmente nos últimos três anos aconteceu o efeito contrário. Com a recuperação de 2018 (devemos fechar o ano com crescimento próximo de 3% ao ano) e caso tenhamos um novo presidente e um Congresso capazes de levar adiante as reformas mais emergenciais (previdência e tributária) o país ganhará um novo impulso de confiança que estimulará, de forma ainda mais positiva, esse crescimento. Neste cenário seríamos capazes de recuperar a nota positiva de crédito e receber abundantes investimentos do exterior.
Tudo isso ainda depende, em alguma medida, do resultado das eleições. Mas mesmo dentre os atuais pré-candidatos, poucos se demonstram extremistas do ponto de vista econômico. As coligações que certamente se formarão para viabilizar as candidaturas e aumentar o tempo de TV e rádio devem formar um perfil mais de centro e pró-reformas. Somando todos esses fatores temos, hoje, muito mais elementos para ter esperança de um crescimento robusto nos próximos anos do que para temer uma nova crise. Tanto empresários quanto consumidores ainda estão na defensiva em virtude dos últimos anos. Vale muito, a partir de agora, ser otimista – com cautela – e aproveitar as oportunidades antes da concorrência.
Sobre o autor
Arthur Igreja
Arthur é um dos A’s da plataforma AAA com Ricardo Amorim do Manhattan Connection e Allan Costa. Palestrante em mais de 120 eventos por ano em eventos como Rock in Rio Academy e TEDx no Brasil, EUA, Europa e América do Sul. Experiência profissional e acadêmica em mais de 25 países, Masters in International Business nos EUA pela Georgetown University, corporate Masters of Business Administration na Espanha pela ESADE, mestrado Executivo em Gestão Empresarial pela FGV/EBAPE, certificações executivas em Harvard & Cambridge, pós-MBA em Negociação pela FGV e MBA pela FGV/Ohio University.