A era dos agentes de IA: o próximo capítulo da revolução tecnológica

Postado em 19/11/2025 por inside
A era dos agentes de IA: o próximo capítulo da revolução tecnológica

A cada edição da revista “Gestor Inside” busco trazer o assunto mais relevante do ano no mundo da tecnologia e da inovação. Em 2025 certamente esse tema é o universo dos agentes de IA generativa. Qual a diferença para as ferramentas ‘’tradicionais’’ de IA que vínhamos usando desde 2022? Basicamente quatro aspectos: IA multimodal, comunicação, inteligência dos modelos e gestão de tarefas múltiplas. Vamos por partes.  

O primeiro aspecto é que antes as IAs serviam para um tipo de informação. O ChatGPT em 2022 apenas produzia texto, depois começou a gerar imagens e no final de 2024 a OpenAI liberou o acesso da SORA, a IA que gera vídeos. A partir de agora estamos vendo IAs que conseguem lidar com praticamente qualquer tipo de informação contanto que ela esteja digitalizada. Através do upload do ChatGPT é possível subir um PDF, um print de uma imagem, um áudio, enfim, qualquer tipo de informação e trabalhar com ela.  

O segundo aspecto é a comunicação. Lembra quando a Siri foi lançada no iPhone e era simplesmente um desastre? A Alexa em 2017 não conseguia ‘’entender” nosso português muito bem. Com volumes gigantescos de dados e novas estratégias de treinamento, tudo isso melhorou muito. Hoje fazemos Pix usando a voz, algo inimaginável muito pouco tempo atrás.  

O terceiro aspecto é a própria evolução dos modelos. Basta ver como eram as imagens e vídeos gerados no começo de 2023 e comparar com os resultados atuais. Estamos com cada vez mais dificuldade para discernir o que é realidade e o que é IA. Os modelos estão evoluindo com uma velocidade que supera até a famosa Lei de Moore dos processadores que afirmava que o processamento dobraria a cada 18 meses mantendo o mesmo custo. A IA generativa avança ainda mais rápido.  

Por fim, a IA começou a deixar de ser uma ferramenta específica que tem apenas um input e um output. É possível conectar facilmente uma IA na outra e criar um fluxo de trabalho. Por exemplo: ‘’Faça uma pesquisa sobre o potencial do mercado na cidade A; personalize 4 diferentes peças para o Instagram baseado nessa pesquisa; faça a postagem; avalie os resultados e crie uma newsletter’’. Percebe a diferença? Estamos falando de um conjunto de tarefas que normalmente uma pessoa pediria para outra pessoa ou até mesmo para um time.   

IA não é ferramenta, é agente

É aqui que entramos na era da IA dos agentes. Como disse o autor Yuval Harari (autor de ‘’Sapiens – História Breve da Humanidade”) no seu último livro ‘’Nexus” – “A IA não é mais uma ferramenta, é um agente’’.  

 O CEO da Nvidia, Jensen Huang vai na mesma linha. Durante sua apresentação na CES (Costumer Eletronics Show) em Las Vegas neste ano, ele afirmou: ‘’O que vem depois da era da IA generativa? A era da IA dos agentes. Já estamos nela’’.   

  Qual o impacto prático? Isso muda completamente como trabalhamos. Nossos times passam a ser times híbridos, com pessoas e com agentes de IA. Jensen Huang também afirmou no mesmo evento: “A TI das empresas passa a ter uma função de RH, encontrando os melhores ‘’candidatos” (agentes) para as demandas que cada empresa tiver”. 

Qual a diferença dos chatbots? Tudo. Os bots normalmente usavam estruturas rígidas de atendimento e usavam Processamento de Linguagem Natural (PLN) para tentar entender o que a pessoa queria. Na prática, o atendimento era frio, sem personalização e muita gente reclamava. Com os agentes de IA é possível conversar com voz, ter customização baseada no histórico do cliente e capacidade de resolução de problemas complexos. Em muitas situações é impossível saber se o atendimento foi feito por uma pessoa ou por uma IA bem implementada.  

Para quem quiser testar essa nova era deixo aqui duas dicas: Deep Research da OpenAI e o Character.AI. O Deep Research é uma ferramenta para construção de pesquisas complexas que levam entre 5 e 30 minutos para serem respondidas pela IA. Mas o nível de profundidade é simplesmente impressionante. É possível solicitar uma pesquisa de mercado, apoio em um plano de negócios ou marketing e a entender tendências de consumo.  

O segundo talvez seja ainda mais impressionante. Pouca gente sabe, mas, o Character.ai é simplesmente a 4ª IA mais acessada no mundo, atrás de ChatGPT, Copilot e Gemini. Tem como um dos seus cofundadores o brasileiro Daniel de Freitas e foi comprada pelo Google em meados de 2024 por 5 bilhões de dólares. É possível fazer ligações para IAs especialistas em temas específicos, como agentes de IA que são ‘’advogados” ou ‘’professores de idiomas’’. Muitas pessoas já estão preferindo ser atendidas por esses agentes de IA e estão substituindo seus pares humanos e nem sabem o porquê isso aconteceu. Vale o teste.  

E tudo isso é apenas o começo. Se o marco do início da corrida da IA é o lançamento do ChatGPT no final de 2022, é como se estivéssemos vendo a internet ainda em 1999. Olhando em retrospectiva, era impossível imaginar naquela época toda a evolução do e-commerce, dos smartphones, dos aplicativos e das redes sociais. Vivemos em outra era. O mesmo está acontecendo neste momento com a IA.  

São tempos dinâmicos, desafiadores e demandam muita capacidade de se manter atualizado e de testar as novas tecnologias. E como sempre, o mais importante é ter a sabedoria para filtrar o que é relevante para sua empresa e colocar em prática para colher os resultados.  

  Bons negócios!  

 COLABOROU: Arthur Igreja, autor, palestrante e co-fundador da plataforma AAA Inovação.  

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